sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Copa de 2014 no Brasil



Proposta de Redação:
Torcemos, rezamos, comemoramos  a escolha das cidades que brigarão a Copa de 2014 no Brasil. Leia os textos abaixo com atenção e redija sua dissertação a partir do tema:

Copa no Brasil: o Brasil, assim como seu presidente, é também o “cara”?

Texto 1:

A utopia 2014

Qualquer visitante estrangeiro que chega hoje a uma das maiores cidades do país- S. Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife- tem dificuldade em se orientar, se locomover ou obter informações básicas.
Os transportes públicos em geral são confusos, mal distribuídos e mal sinalizados. Malandros e criminosos estão de olho em cada movimento do recém-chegado, esperando o momento certo para aplicar-lhe algum tipo de golpe.
Nas cidades menores, a ameaça de violência é mais baixa, mas a infra-estrutura é ainda mais precária.
Por que estou repisando numa coluna de futebol tudo isso que o leitor está cansado de saber? Porque a Copa 2014 será disputada nesse Brasil real, não no Brasil de mentirinha da CBF e da TV Globo.
No mundo globalizado, uma Copa do Mundo é uma grande festa, mas não é brincadeira. Só pode ser realizada com uma enorme seriedade, com recursos materiais e humanos virtualmente inesgotáveis.
Não se trata apenas de construir ou reformar estádios, botar polícia na rua e criar meia dúzia de linhas extras de ônibus.
No caso brasileiro, é preciso, de certo modo, uma injeção de civilização, um progresso substancial em todos os terrenos: na segurança, nos transportes, nas comunicações e na educação em geral.
Juca Kfouri, Tostão e Soninha já mostraram fartamente que o Brasil começou mal o processo de preparação da Copa 2014.
Criou-se um comitê organizador viciado e sem controle público, maquiaram-se a mais não poder as condições reais do país, mentiu-se quanto à previsão de gastos estatais, vendeu-se uma ilusão perigosa de paraíso na terra
Não sou economista e não vou falar de dinheiro. Sei que os gastos astronômicos e a má gestão das verbas acabarão saqueando o poço sem fundo dos cofres públicos. Vide o que ocorreu no Pan do Rio.
Mas não é esse o meu ponto. Suponhamos, candidamente, que o dinheiro venha todo da iniciativa privada e que seja bem gasto. Suponhamos que a infra-estrutura toda (estádios, trens, metrôs, aeroportos, telefonia, equipamentos de segurança etc.) esteja pronta em junho de 2014.
Ainda assim, resta uma questão crucial: onde vamos buscar as pessoas para fazer essa imensa máquina funcionar a serviço dos cidadãos e dos visitantes, sejam eles torcedores, profissionais do futebol, turistas ou jornalistas?
A situação é análoga à das escolas:
de que adianta o computador na sala de aula se o professor é semi-analfabeto?
Na Copa de 2002, na Coréia do Sul e no Japão, havia 33 mil voluntários trabalhando na organização e funcionamento do evento, cada um deles falando duas línguas além da sua própria Na Copa da Alemanha, foram 15 mil voluntários trilíngües.
No Brasil, hoje, é difícil encontrar esse número de pessoas que fale corretamente sequer o português. Isso sem falar dos policiais, funcionários dos estádios, dos transportes, das cour1icações etc.
E esse atraso de décadas, de séculos, que teríamos que tirar em sete anos.
Dará tempo?
(José Geraldo Couto)

Texto 2:

Vale a pena ser sede da Copa 2014?
Do ponto de vista econômico, tudo indica que não. Segundo os cálculos preliminares da CBF, o Brasil vai precisar gastar R$ 11 bilhões para se preparar para a Copa de 2014

Por Mario Grangeia  Revista Superinteressante - 02/2008

Tomando por base só essa despesa, sediar o torneio parece uma fria - afinal, daria para turbinar áreas como saúde, habitação e educação (e ainda movimentar a economia) se não fosse preciso gastar uma grana modernizando estádios, por exemplo.
Mas é preciso considerar outros itens para medir o retorno de uma Copa, como o gasto dos turistas. Pelas contas do governo, a Copa deve atrair 500 mil estrangeiros, que gastariam até R$ 3 bilhões. Além disso, se a competição gerar tantos postos de trabalho quanto a Alemanha gerou em 2006 (25 mil novas vagas), dá para computar mais R$ 500 milhões em investimentos, já que o custo médio por novo emprego está na casa dos R$ 20 mil. Há ainda quem identifique uma expansão da economia dos países sede.
Mas isso não é consenso. "Crescimento econômico é algo difícil de prever com tanta antecedência. No fim das contas, a alta do PIB pode ficar próximo de zero", afirma o economista Fábio Sá Earp, da UFRJ. A esperança são os benefícios de longo prazo, mais difíceis de medir. Um estádio novo, por exemplo, pode gerar um círculo virtuoso no bairro, bombando o comércio e elevando a arrecadação para fazer mais obras. Sem contar que o torneio pode aumentar o fluxo turístico e melhorar a imagem do país. Se tudo isso acontecer, aí, sim, quem sabe em algumas décadas a gente poderá dizer que sediar uma Copa é um bom negócio.

BOLA DIVIDIDA
Abaixo, apresentamos a estimativa de gastos para o torneio.

R$ 8,5 bi
ONDE:  Infra-estrutura.
QUEM GASTA:  Governo.
Grana para a infra-estrutura das cidades-sede. Segundo a Fifa, 4 candidatas precisam aumentar seu aeroporto e 6 não têm transporte público estruturado para receber adequadamente os jogos.

R$ 2 bi
ONDE: Reforma e construção de estádios.
QUEM GASTA: Iniciativa privada.
A aposta é que os governos locais busquem capital privado para fazer decolar os projetos. Em troca, os empresários teriam o direito de administrar os estádios por no mínimo 20 anos, para, em tese, obter lucro.

R$ 700 mi
ONDE: Instalações oficiais.
QUEM GASTA: Fifa.
Este é o único dinheiro garantido. A Fifa afirma que ela mesma vai bancar a construção de estruturas de apoio para os jogos, da sede do comitê organizador, dos centros de mídia e das centrais de segurança.

Aqui, imaginamos um plano alternativo para aplicar a grana.

R$ 2,1 bi
ONDE: Expansão do saneamento.
PARA: Levar água tratada a 2,2 milhões de casas e coleta de lixo a 2,1 milhões - cerca de 20% do déficit de saneamento.

R$ 2,8 bi
ONDE: Crédito para casas populares.
PARA:  Financiar a construção ou compra de 480 mil casas populares - 6% do déficit habitacional.

R$ 2,8 bi
ONDE: Universalização da eletricidade.
PARA:  Levar luz a 1,6 milhão de pessoas no campo - 13% da população sem acesso à energia.

R$ 1,4 bi
ONDE:  Combate ao analfabetismo.
PARA:  Ensinar 600 mil jovens e adultos a ler e escrever - o que representa 4% a menos de analfabetos no país.

R$ 1,4 bi
ONDE:  Bolsa Família.
PARA:  Custear o programa por um ano para 1,8 milhão de famílias, que receberiam um auxílio mensal de R$ 62.

R$ 700 mi
ONDE: Saúde da Família.
PARA:  Levar o programa Saúde da Família a mais 2 milhões de pessoas - superaria a população de Curitiba ou Recife.

*Fontes: Orçamento Copa 2014 (conversão a partir do valor estimado em dólares), CBF, Fifa. Orçamento alternativo: números recentes dos ministérios do governo federal, IBGE, site Contas Abertas, Agência Brasil, FGV.


Texto 3:

Previsão de gastos com Copa supera orçamento de cidades-sedes
da Folha de S.Paulo – 01/06/2009

A comparação do que as cidades escolhidas para a Copa do Mundo-2014 pretendem gastar em obras para o evento com suas realidades financeiras é enorme.
Algumas planejam obras que vão custar muito mais que os orçamentos de um ano de suas prefeituras.
Manaus, por exemplo, projeta investir R$ 6 bilhões visando o Mundial, ou quase três vezes seu orçamento em 2009.
Fortaleza fala em R$ 9 bilhões para a Copa, contra R$ 3 bilhões de sua peça orçamentária.


Texto 4:

Como ressalta, também na Folha, o colunista Janio de Freitas:

“Nunca foi apresentado o custo final e verdadeiro do Pan […] O que se sabe de certo é que os dados oficiais não são confiáveis, ou por incompletos alguns, ou porque falsos. Sem falar nas manipulações que multiplicaram custos de obras e equipamentos como milagres do padrão de moralidade nacional.”

É por ser o que é, precisamente, o padrão de moralidade nacional – do qual não escapa nem o leitinho das crianças –, para a mídia a Copa de 2014 precisa começar já.

E que entre em campo tendo à mão um alentado estoque de cartões vermelhos.

Texto 5:

  
Brasil receberá Copa 2014 sem saber quanto vai gastar  - 28/10/2007
  Por Allen Chahad/Terra

Segundo Langoni, Brasil ainda não tem um orçamento definido 

Responsável pela consultoria financeira do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014, o ex-presidente do Banco Central, Carlos Langoni, está certo de que o País tem condições de realizar uma Copa do Mundo sem o desperdício de recursos públicos. Porém, às vésperas do anúncio do país sede da Copa do Mundo de 2014 - o Brasil concorre como candidato único -, admite, em entrevista exclusiva ao Terra, não saber qual será o tamanho da conta. "Não existe um orçamento ainda. O que há de efetivo é o orçamento do Comitê Organizador e uma avaliação do gasto com os estádios", afirma. Segundo ele, o montante que caberá ao governo, de recursos para obras de infra-estrutura, só será definido a partir do final do ano que vem, quando serão definidas as sedes do torneio.
Na sua opinião, o principal papel do governo é criar um marco regulatório que atenda as exigências da Fifa, o que abrirá caminho para que os investidores se interessem pelas obras e assim invistam por meio de PPPs (Parcerias Público Privadas). "Essas obras seriam realizadas de qualquer maneira. A Copa do Mundo só vai fazer com que elas sejam aceleradas", diz.
Sobre a realização do Mundial, ele afirma que os brasileiros, às vezes, sentem "complexo de inferioridade". Segundo ele, o Brasil vive um momento único na economia e está certo de que isso fará com que o País não tenha dificuldades em
encontrar investidores para o projeto. Para embasar o seu pensamento, cita a estimativa do Banco Central, de US$ 30 bilhões em investimento estrangeiro direto no Brasil em 2007.
Langoni afirma que ter administrado o Banco Central entre 1980 e 1983, durante o governo do general Figueiredo, foi uma missão muito mais delicada do que a do seu colega Henrique Meirelles, que está no cargo desde o início do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. "Naquela época, eu não tinha 'reservas'. O Meirelles está em uma situação muito mais confortável", diverte-se. "Aliás, ele está fazendo um grande trabalho".

Leia abaixo os principais trecho da entrevista:
Terra - Quem são os interessados nessas obras. Investidores brasileiros, estrangeiros?
Langoni - Hoje você tem já vários consórcios sendo organizados, de dentro e de fora. E nós, apesar de não termos iniciado esse trabalho, porque uma das funções do Comitê Organizador é incentivar e estimular e atrair investimentos privados para as cidades que vierem a ser selecionadas, já temos notícias de muita gente interessada.
Terra - O senhor vê o Brasil preparado para um desafio desse tamanho?
Langoni - Eu acho que as pessoas, às vezes, tem um complexo de inferioridade. Acham que o Brasil não tem condições de fazer uma Copa do Mundo. Não tem condições por quê? Nesse modelo que nós estamos colocando aqui, em que a contribuição principal do governo, isso aliás já foi assegurado pelo presidente Lula, pelo governo atual e pelos governos estaduais, é criar um marco regulatório que atenda as exigências da Fifa. Recursos públicos vão ser aqueles investimentos que teriam de ser realizados de qualquer maneira, o que aconteceu na Alemanha, por exemplo. O novo aeroporto de Munique foi construído para atender a Copa do Mundo. Então, anteciparam o cronograma.
Terra - O senhor já foi presidente do Banco Central. Estaria tão tranqüilo assim se ainda fizesse parte do governo?
Langoni - Fui presidente e "sem reservas" (risos). É um projeto complexo. O Meirelles está numa situação muito mais confortável. Aliás, fazendo um grande trabalho. Outra coisa importante, é que eu me beneficio da experiência que a Fifa tem. A Fifa já fez quantas Copas do Mundo? É um processo de aprendizado. Nós estamos aprendendo com a Fifa. Você precisa ter uma equipe séria, competente, que saiba trabalhar com planejamento financeiro. O orçamento é dinâmico, revisado de acordo com a sua execução. Teremos de prestar contas a cada três meses. O importante é que há um comprometimento total. O Brasil só sai ganhando com esse projeto. Depois fica uma herança para o próprio futebol brasileiro.
Terra - Na sua opinião, quais os pontos em que o Brasil precisa trabalhar mais para cumprir o que foi acordado no caderno de encargos com a Fifa?
Langoni - Eu acho que é na questão dos estádios, que hoje, não teriam condições de receber nenhum jogo do Mundial. Na infra-estrutura, o maior desafio do Brasil, em algumas regiões é o transporte. A questão energética, eu acho que vai ser superada. O problema principal do Brasil que vai ter de ser equacionado, e é prioridade hoje de qualquer governador, é a segurança. Então, eu acho isso uma grande contribuição que a Copa do Mundo pode nos dar. Então você vê. O Pan, nesse ponto de vista (da segurança) foi um verdadeiro sucesso. Eu acho que o Brasil, em matéria de grandes eventos, sabe muito bem administrar. É uma Copa organizada no País inteiro. Até lá, vamos ter de avançar na área de segurança pública que é um grande desafio para o dia-a-dia do cidadão brasileiro.

Texto  6:

Para Obama, Lula é o cara e também o político mais popular do mundo
Por Censurado em 2,Abr,2009
O presidente Lula está com a corda toda. Em outra viagem internacional, agora em uma reunião do G20 (grupo dos vinte países mais ricos do mundo) destinada para a discussão da crise finaceira que assola o mundo, Lula recebeu elogios do presidente norte-americano Barack Obama. Segundo o presidente americano, que não tem olhos azuis, Lula é o político mais popular da terra. Obama ainda disse que Lula "é o cara" e que ele o adora. Motivo? Para Obama, Lula deve seu sucesso à aparencia física: "that's because he's good look".


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